sexta-feira, 10 de junho de 2011

Relação de Trabalho no Brasil Colônia (1500 – 1822)


Introdução

A realização desta pesquisa acadêmica visa compreender de que forma as relações trabalhistas existentes no período de 1500 a 1822, contribuíram para o desenvolvimento da economia brasileira, e os impactos dessa relação, para o futuro econômico da nação.
Abordaremos o processo de colonização e formação econômica que se desenvolveu, e para que diretrizes a economia do país aponta, usando como base a mão-de-obra existente no período.
O sistema econômico na época, da nossa colonização, no caso o mercantilismo, é a mola propulsora que levará todos os países que possuem colônias a procederem quase todos da mesma forma, pois o objetivo inicial dos colonizadores era o lucro. Com esta visão, os colonizadores agiam como traficantes, e que a idéia de desenvolver a colônia e povoá-la era nula.
Visando somente a exploração tanto da mão-de-obra existente quanto das riquezas presente nas novas terras, sendo o Brasil considerado uma grande empresa extrativa, destinada a fornecer matérias primas para abastecer os centros econômicos da Europa.


Relação de Trabalho no Brasil Colônia
(1500 – 1822)

Em abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, os colonos logo demonstraram grande interesse na mão-de-obra indígena, pois eles tinham informações valiosas de onde encontrar as minas de metais preciosos e elementos naturais, como o pau-brasil para serem comercializados.
Quando os portugueses desembarcaram, constataram que nas novas terras já existiam habitantes, os quais denominaram índios, sendo que a primeira raça a ter contato com os portugueses foi a tupi-guarani.
Após o descobrimento entre 1501 e 1503, começaram a explorar as terras descobertas em duas expedições. O interesse de Portugal era explorar de forma intensiva as maiores riquezas existentes em nossas terras: o pau-brasil, e verificar a existência de outras, no caso o ouro. A exploração dizimou boa parte das matas do litoral brasileiro, em virtude de se coletar a maior parte possível da madeira nobre. Dá-se inicio à exploração da mão-de-obra existente no período: os índios, que cortavam e transportavam a madeira para os portugueses e recebiam em troca como pagamento espelhos, colares, pentes e outros objetos sem valor algum.
Existe um paradoxo se houve ou não escravidão no Brasil: para os portugueses era uma relação amistosa, onde eles só trocavam favores, porém a única preocupação da coroa portuguesa era o lucro que iria obter a qualquer custo. Com a chegada da Igreja Católica, todo esse contexto de escravidão veio à tona e os portugueses foram impedidos de utilizar a mão-de-obra indígena, pois o intuito da igreja era catequizar e expandir o catolicismo através dos índios.
Como a demanda do mercado não era mais favorável para o pau-brasil, os portugueses viram a necessidade de investir em um produto muito procurado na Europa, a cana-de-açúcar. Segundo Celso Furtado, a condição fundamental de existência e expansão era a possibilidade de terras. Dada a natureza dos pastos do sertão nordestino, a carga que suportavam essas terras era extremamente baixa. Daí a rapidez com que os rebanhos penetraram no interior, cruzando o São Francisco e alcançando o Tocantins e, para o norte, o Maranhão no começo do século XVIII. É fácil compreender que, à medida que os pastos se distanciavam do litoral, os custos iam crescendo, pois o transporte de gado se tornava mais oneroso. O fato de que essa expansão se havia mantido por tanto tempo, deve-se a disponibilidade de capacidade empresarial, visto que essa atividade apresentava para o colono sem recursos, muito mais atrativos que as ocupações acessíveis na economia açucareira.
Foi, então, a partir de 1530, que o rei de Portugal enviou a primeira expedição colonizadora, para garantir a posse da terra descoberta e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar em lavouras. Nessa época o Brasil começou a ser colonizado, porém muitos conflitos surgiram entre os índios e os colonos, pois a utilização da mão-de-obra indígena não era de livre e espontânea vontade, eles eram obrigados a trabalhar, daí a utilização da palavra escravidão, algo imposto, obrigatório, sem direito de escolha. Por não se adaptarem à nova forma de trabalho, os índios foram afastados da lavoura da cana-de-açúcar. Uma nova força de trabalho fez-se necessária e os portugueses buscaram uma nova modalidade de mão-de-obra: os escravos africanos, que foram trazidos na mesma época. Eles se tornaram a mão-de-obra predominante, sendo a grande massa trabalhadora na economia colonial.
Este ciclo durou de 1570 a 1650, com grande abundância de produção. Neste ciclo os negros eram muito explorados e tratados como animais, sendo eles responsáveis por todos os serviços, desde o plantio até a fabricação do açúcar, recebendo em troca maus-tratos, pouca comida, vestimenta e habitação precária. Em 1695 descobre-se a primeira jazida de ouro no estado de Minas gerais. A maioria da mão-de-obra nesta época era a escrava. Porém o maior ciclo do ouro é entre os anos de 1735 e 1754 depois de descobertas as maiores jazidas de ouro nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O povo, descontente com a situação que se instalou no Brasil, pois a maior parte das riquezas aqui produzidas eram transferidas para Portugal, alguns grupos de brasileiros organizaram-se revoltosos na tentativa de inserir mudanças. Com conflitos violentos e sangrentos entre índios e colonos, colonos e missionários e escravos e senhores contradizendo o pacifismo da colonização no Brasil.
Durante este conflito muitos índios vieram a óbito e os colonos prontamente substituíram a mão-de-obra, buscando-as na África, seguindo o mesmo modelo escravista de trabalho. Esses novos escravos faziam todo tipo de trabalho, desde a lavoura da cana-de-açúcar até os trabalhos domésticos nas casas de seus senhores.
O trabalho braçal era visto como algo destinado ao negro, pois era um trabalho pesado, e aqueles que se recusassem ou não fizesse direito era castigado e recebiam uma marca de ferro em brasa com a letra “F”, para marcar os negros fugitivos.
É notório que as condições sociais nesses sistemas escravistas eram precárias, e o tratamento desumano. Para resistir a essa escravidão e maus tratos, os negros começaram a organizar motim para fugirem das senzalas para as florestas e formaram os Quilombos, que para eles era um mecanismo de defesa contra aquela vida de escravidão. Infelizmente, essa tal liberdade durou pouco, pois o seu refúgio foi descoberto e totalmente destruído, ainda assim muitos negros resistiram, suicidando-se para não voltar ao sofrimento, e aqueles que foram capturados recebiam em dobro todo castigo.
Em 1822, após a independência, a escravidão se manteve fortemente, pois era de interesse dos grandes proprietários continuarem com este sistema, além disso, existem proprietários também com preconceito racial. A partir do Segundo reinado percebe-se uma luz de esperança para os escravos, com a formação de movimento a favor da abolição da escravatura.


Conclusão

Concluímos que o sistema de trabalho existente no período colonial era extremamente desumano e cruel, colocando os trabalhadores em uma situação contínua de risco para a sobrevivência de suas vidas, em prol de satisfazer as necessidades dos colonos.
Isso demonstra que as atitudes tomadas por Portugal em relação ao Brasil foram extremamente egoístas, mal formuladas em relação a futuros projetos, até para a própria nação. As atitudes tomadas muitas vezes não eram condizentes com o projeto de expansão. Não interessava aos portugueses o progresso do Brasil, e a exploração feita no país foi devastadora, tanto para as riquezas nacionais quanto para as pessoas que aqui residiam e que foram forçadas a servir como escravos para os colonos portugueses, o que marcou de forma significativamente negativa a história do Brasil.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil.32° edição;São Paulo,2003.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 34ª. Edição; São Paulo: Cia. Das Letras, 2007.



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