sábado, 30 de abril de 2011

História do Dinheiro no Brasil

Carta de Caminha


Pero Vaz de Caminha, em carta a El-Rei D. Manuel
(Quinta-feira, 23 de abril de 1500)



Nesse trecho de sua carta, Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Cabral, fez o primeiro registro de troca no Brasil: barrete e carapuça do navegante por colar e cocar do indígena. As trocas foram muito comuns no começo de nossa colonização, pois os índios não conheciam o dinheiro.
Desse ato simples até hoje, muita coisa aconteceu. Os portugueses começaram a plantar, explorar minas, criar gado, comerciar. O comércio trouxe a necessidade do dinheiro. Nos primeiros tempos, eram moedas de ouro, prata e cobre, vindas de Portugal. Aos poucos, nossas moedas passaram a ser cunhadas no Brasil.
Mais tarde apareceram os bancos, onde todos podiam depositar suas moedas recebendo em troca pequenos papéis com o valor correspondente – eram as primeiras cédulas. Por comodidade e segurança, as pessoas passaram a fazer circular estas cédulas, dando-as em pagamento. No século passado, muitos bancos emitiram cédulas garantidas pelas moedas que guardavam em seus cofres.
Com o tempo, a necessidade de dinheiro em circulação tornou-se maior. As moedas metálicas passaram a ser usadas para troco e o uso do papel-moeda se popularizou. Então, o Governo cuidou de atribuir a emissão do dinheiro a um único órgão. Hoje, como você pode ler nas cédulas que utiliza diariamente, o órgão responsável pelo dinheiro brasileiro é o BANCO CENTRAL.
Aqui você vai conhecer um pouco da história do nosso dinheiro através das peças mais significativas da coleção do Museu de Valores do Banco Central.
Brasil Colônia 1500 - 1815
Ordem de Cristo (1332 - 1651) Real (1500 - 1521) D. João III (1521 - 1616)
Domínio Espanhol (1616 - 1640) Restauração ( 1640 - 1683) Principado do Brasil (1645 - 1816)
O primeiro dinheiro do Brasil foi a moeda-mercadoria. Durante muito tempo, o comércio da terra foi feito por meio da troca de mercadorias, mesmo após a introdução da moeda de metal.
As primeiras moedas metálicas - de ouro, prata e cobre – chegaram com o início da colonização portuguesa. A unidade monetária de Portugal, o REAL, foi usada no Brasil durante todo o período colonial. Assim, tudo se contava em réis – plural popular de real – com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil.
As casas fabricantes de moedas foram aqui criadas à medida que os lugares iam desenvolvendo-se e necessitavam de dinheiro. A primeira foi a Casa da Moeda da Bahia, seguida pelas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais.
Brasil Reino Unido 1815 - 1822
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1821) Regime Constitucional (1821- 1822)
A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815, representou um reconhecimento à condição de sede do Governo e centro de decisões políticas, dada a presença da Corte no Rio de Janeiro.
Nesse período, os gastos extraordinários com a administração, a insuficiência da arrecadação de impostos, as guerras externas e as revoluções internas, os gastos da Corte e outros fatores causaram déficit no Tesouro. Passou-se a emitir dinheiro sem lastro metálico, desvalorizando-o e provocando inflação.
Brasil Império 1822 - 1889
Imperial do Brasil (1822 - 1889)
O império brasileiro foi marcado por um período inicial de crise, devido às dificuldades de organizar a nova nação. Os gastos necessários diminuíram a quantidade de ouro e prata em circulação, e o meio circulante passou a se compor, em grande parte, de moedas de cobre.
Mas já em meados do século XIX, o progresso econômico do País exigia recursos monetários distribuídos por várias regiões, fazendo com que bancos de diversas cidades brasileiras passassem a emitir dinheiro.
Durante o período, a moeda de papel foi, aos poucos, conquistando a confiança da população, que começou a adquirir o hábito de usá-la em substituição ao dinheiro de metal, principalmente nos valores altos.
No dia a dia, passou-se a usar o MIL-RÉIS, múltiplo do real, como unidade monetária.

 
Brasil República 15.11.1889
Provisória da República (15 a 19/nov/1889) Bandeira Nacional - adotada pelo Decreto 1674 de 19/nov/1889. Regulada pela Lei 5700 de 01/set/1971, alterada pela Lei 8421 de 11/mai/1992.
O meio circulante nacional vem sendo marcado por profundas mudanças no período republicano, como a popularização do uso do papel-moeda.
O Governo Federal se tornou, durante este período, o único responsável pela emissão de nosso dinheiro. E, em 1942, uma nova unidade monetária veio substituir o Réis - o Cruzeiro.
Especialistas brasileiros em programação visual desenvolveram trabalhos, que tiveram como resultado o uso de aspectos históricos e culturais nacionais como tema de cédulas e moedas. Hoje, nosso dinheiro é, também, inteiramente fabricado no Brasil.

 Museu de Valores do Banco Central

Imagem de cartões de crédito
Cartões de Crédito
  • O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez mais por pequenos cartões de plástico. Instituições financeiras, bancos e um crescente número de lojas oferecem a seus clientes cartões que podem ser usados na compra de grande número de bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da Internet. Os cartões não são dinheiro real: simplesmente registram a intenção de pagamento do consumidor. Cedo ou tarde a despesa terá de ser paga, em espécie ou em cheque. É, portanto, uma forma imediata de crédito.
  • O Cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los para seus clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num hotel sem usar dinheiro ou cheque.
  • Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas despesas de viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação.
  • Em 1958, foi a vez do American Express lançar o seu cartão. Na época, os bancos perceberam que estavam perdendo o controle do mercado para essas instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu o seu BankAmericard. Em 1977, o BankAmericard passa a denominar-se Visa. Na década de 90, o Visa torna-se o maior cartão com circulação mundial, sendo aceito em 12 milhões de estabelecimentos.
  • Muitos cartões de plástico não têm poder de compra. Simplesmente ajudam a usar e a obter formas conhecidas de dinheiro. São os cartões de banco que garantem cheques, retiram dinheiro e fazem pagamentos em caixas automáticos.
  • Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de conta-corrente e garantia de cheques especiais.
  • O comércio vem criando os seus próprios cartões. Destinados a atender a uma clientela mais fiel, eles facilitam a compra e eliminam a burocracia na abertura de crédito.
  • Em diversos países os cartões telefônicos são uma maneira prática de realizar ligações de telefones públicos sem o incômodo de fichas e moedas. A cada chamada a tarifa é descontada do valor facial do cartão.
  • O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o desenvolvimento do smart card, o cartão inteligente. Perfeito para a realização de pequenas compras, ele vem com um chip que pode ser carregado com uma determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai gastando, seu saldo vai sendo eletronicamente descontado. Quando o saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia.
  • Os cartões se multiplicaram. Hoje eles estão cada vez mais direcionados para os diversos nichos de mercado. São cartões de afinidade, que apoiam campanhas sociais, ecológicas; cartões para atender jovens e universitários; ou cartões de negócios destinados a altos funcionários de empresas.

    Nota:
    - Texto extraído da revista: "As Muitas Faces da Moeda" do Centro Cultural do Banco do Brasil. 

    Moeda Bancária - cheques

    Imagem de uma folha de cheque


    • A moeda bancária ou moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos ou outras instituições creditícias, normalmente movimentados por intermédio de cheques, representando estes um instrumento de circulação da moeda bancária.
    • Os cheques são:
      1. originados em entrega de dinheiro pelo cliente
        (depósito originário);
      2. originados em operação de créditos
        (depósitos contábeis).
    • No caso dos depósitos feitos por clientes, os bancos fornecem cheques em branco que podem ser preenchidos à vontade do depositante, até completar a quantia creditada.
    • No caso da moeda bancária, ocorre o mesmo processo utilizado na moeda-papel conversível. Permanecendo parte dos depósitos sem movimento, os bancos emprestam certa importância que vai de 75 a 93% dos depósitos, ficando a outra parte como encaixe, variando sua porcentagem conforme a legislação bancária de cada país. Há uma proporção entre depósitos, o encaixe e os empréstimos.
    • Enquanto os franceses atribuem a origem da palavra cheque ao vocábulo inglês to check - "verificar", "conferir" – os ingleses sustentam que a palavra é originária do francês echequier que significa "tabuleiro de xadrez". Segundo os ingleses, as mesas usadas pelos banqueiros tinham a forma de um tabuleiro de xadrez, daí o seu nome. A origem é remota e está ligada à letra de câmbio.
    • Os especialistas não têm certeza. Alguns dizem que os romanos inventaram o cheque por volta de 352 a.C. Outros admitem ter sido criado na Holanda, no século XVI. Em Amsterdam, cerca do ano 1500, o povo costumava depositar seu dinheiro com cashiers, o que representava menor risco do que guardá-lo em casa.
    • Os cashiers concordavam em arrecadar e cancelar débitos por meio de ordens escritas dos depositantes (cheques).
    • Na Inglaterra, no fim do século XVII, o povo começou a fazer depósitos com os GOLDSMITHS (*).
    • O goldsmith dava ou emitia a favor do seu cliente, goldsmith notes. Estas simples notas escritas a mão continham uma promessa de pagamento ao cliente ou à sua ordem.
    • O cliente podia também escrever ao goldsmith, pedindo-lhe que pagasse a outra pessoa.
    • Acredita-se que datem de 1762 os primeiros cheques impressos por LAWRENCE CHILDS na Inglaterra. Ele foi o primeiro banqueiro no sentido moderno. Mas antes disto, no mesmo país, o uso do cheque já tinha começado a desenvolver-se. Alguns cheques recebidos de diferentes pessoas pelos banqueiros, contra diferentes bancos, traziam o inconveniente de obrigá-los a ir aos estabelecimentos sacadores para obter pagamento. O banqueiro depositava os cheques no seu próprio banco, depois realizava a coleta. Apresentava depois esses cheques nos outros bancos empregando mensageiros. Isto significava que os mensageiros dos variados bancos faziam inúmeras viagens por dia. Para diminuir o número de viagens, eles resolveram se encontrar numa taverna, onde permutavam seus maços de cheques.
    • Os banqueiros, a princípio, resistiram a este sistema, mas, percebendo sua utilidade, adotaram-no, criando as Caixas de Compensação a que são levados todos os cheques entregues a um banco contra outros.
    • O primeiro país que legislou sobre o cheque, foi a França, com a Lei de 14 de junho de 1865. Na Inglaterra, onde ele se expandiu mais rapidamente, a legislação específica só foi baixada em 18 de agosto de 1882.
    • No Brasil, a primeira referência ao cheque apareceu em 1845, quando se fundou o Banco Comercial da Bahia, mas, mesmo assim, sob a denominação de cautela. Só em 1893, pela Lei 149-B, surgiu a primeira citação referente ao cheque, no seu Art. 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado pelo decreto 2.591, de 7 de agosto de 1912.
    • O uso do cheque apresenta muitas vantagens: facilita a movimentação de grandes somas; economiza o tempo que tomariam para ser contadas; diminui possibilidade de roubos, além de impedir o entesouramento do dinheiro em espécie.
    • Para segurança, deve sua emissão cercar-se de garantias, de modo que conquiste a confiança pública.
    • Os benefícios propiciados pelo uso do cheque só são possíveis onde leis rigorosas punem os eminentes de cheques sem fundos, amparando, assim, sua circulação.
    • Outro tipo usado pelos viajantes é o traveller-check - cheque de viagem ou turístico, emitido em qualquer país, no qual, no ato da aquisição, o beneficiário apõe a assinatura que serve de elemento autenticador, quando da emissão.
    • Temos também os cheques especiais, garantidos até determinado limite, acertado entre o banco e o cliente.

      Notas:
      (*) cidadão que cuidava do comércio de ouro.
      - Texto extraído do livro "Dinheiro no Brasil" - F. dos Santos Trigueiro.
O CIFRÃO 
 
Imagem de cifrão
  • Com o correr dos tempos as moedas passaram a ter uma representação gráfica, geralmente constituída de duas partes: a designação abreviada do padrão monetário, que varia em cada país, e o cifrão, símbolo universal do dinheiro e que se origina etimologicamente do árabe cifr. A propósito, conta a mitologia grega que o lendário Heracles (Hércules), para realizar um de seus doze trabalhos, teria necessidade de transpor enorme montanha. Dispondo de pouco tempo para a escalada, resolveu abrir o caminho, rachando a montanha com sua pesadíssima e indestrutível maça e separando-a em duas, ligando, assim, o mar Mediterrâneo ao oceano Atlântico. De um lado, ficou grande rochedo, mais tarde chamado de Gibraltar, e, de outro, o Monte Acho, a leste da ilha de Ceuta. As duas colunas, assim separadas, passaram a denominar-se as "Colunas de Hércules".
  • É conhecido, por outro lado, que, próximo àquela região, os fenícios fundaram, entre os anos 1000 e 800 a.C., um entreposto comercial em Gades (Cádiz), que se desenvolveu rapidamente graças à agricultura do Vale do Guadalquivir e que perdurou por longo tempo. Mais tarde, o declínio dos fenícios, no século VI, possibilitou a expansão grega no Mediterrâneo, sobretudo no litoral leste e, a partir de 535, Cartago passou a dominar o estreito de Gibraltar, sustando o avanço grego.
  • Nas guerras Púnicas, após a vitória sobre Cartago, os romanos, por sua vez, alcançaram o Vale do Gualdaquivir, dominando Cádiz e solidificando a ocupação hispânica, embora essa ocupação tenha sido feita de forma gradual e somente completada pela vitória de Cipião, o Africano (Publius Cornelius Scípio Aemilianus Numantinus).
  • Assim, o Cristianismo surgiu desde cedo na Península Ibérica, em que pese haver a Espanha sido sucessivamente invadida pelos bárbaros, destacando-se os Vândalos, Suevos, Godos, Astrogodos e Visigodos.
  • Em 660, com a morte de Ali, encerrou-se a primeira dinastia islamita, tendo início a Dinastia dos Omíadas, que perdurou de 660 a 750. No ano 710 da era cristã os visigodos recusaram-se a reconhecer, como sucessor do reino, o filho do Rei Vitiza, destronando-o, o que levou a família real a recorrer, apesar da predominância, na Península, do Cristianismo, ao auxílio militar muçulmano. Os islamitas rumaram, então, em direção ao Ocidente, conquistaram o norte da África, de onde, atravessando o estreito de Gibraltar, partiram para a conquista do Reino Visigodo da Espanha e, mais tarde, de toda a Península Ibérica. Os Visigodos viram-se, então, compelidos a fugir para as montanhas, de onde, reorganizados partiram para expulsar os invasores, numa luta que duraria sete séculos, quando os antigos habitantes da Península Ibérica, no movimento conhecido como Reconquista, derrotaram os dominadores árabes, que se retiraram definitivamente da região, mantendo em seu poder, apenas, a cidade de Granada, que foi retomada pelos espanhóis em 1492.
  • A invasão do reino Visigodo, pelos árabes, foi realizada no ano 711 da era cristã, pelo general Djebel-el-Táriq (Táriq-ibn-Ziyád), o Conquistador, em nome dos Califas Omíadas. As incursões muçulmanas levaram ao continente europeu a cultura árabe que, mais tarde, se espalhou pelo mundo, com as conquistas européias, especialmente de portugueses, espanhóis, franceses, ingleses e holandeses.
  • Existem duas versões quanto ao caminho percorrido pelo general árabe. A primeira, em que teria Táriq partido de Tânger, cidade próxima ao Marrocos, e da qual era governador. A Segunda, em que, para alcançar a Europa, teria Tàriq partido da Arábia e passado, sucessivamente, pelo Egito, desertos do Saara e da Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos; cruzando o estreito das Colunas de Hércules e chegado, finalmente, à Espanha. Esse estreito, a partir do século VIII, passou a denominar-se Djebel-el-Táriq e, atualmente, tem o nome de estreito de Gibraltar, palavra que se origina do árabe Djabal. Táriq mandou gravar, em moedas, uma linha sinuosa, em forma de "S", representando o longo e tortuoso caminho percorrido. Cortando essa linha sinuosa mandou colocar, no sentido vertical, duas colunas paralelas, representando as Colunas de Hércules, com o significado de força, poder, perseverança. O símbolo assim gravado nas moedas - Imagem de cifrão - passou a ser reconhecido, em todo o mundo, ao longo do tempo, como cifrão, representação gráfica do dinheiro.
  • Texto extraído do Livro "Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984"


Origem e Evolução do Dinheiro

Escambo
 
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução.
No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor.
Assim, quem pescasse mais peixe do que o necessário para si e seu grupo trocava este excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta elementar forma de comércio foi dominante no início da civilização, podendo ser encontrada, ainda hoje, entre povos de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso, há escassez de meio circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor. Este é o caso, por exemplo, da criança que troca com o colega um brinquedo caro por outro de menor valor, que deseja muito. ilustração que mostra peixe trocado milho
  • As mercadorias utilizadas para escambo geralmente se apresentam em estado natural, variando conforme as condições de meio ambiente e as atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a necessidades fundamentais de seus membros. Nesta forma de troca, no entanto, ocorrem dificuldades, por não haver uma medida comum de valor entre os elementos a serem permutados. 
  • Moeda-Mercadoria
  • Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras.
  • Aceitas por todos, assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas–mercadorias.
ilustração que mostra gado bovino como moeda-mercadoria O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse o risco de doenças e da morte.
  • O sal foi outra moeda–mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados.
ilustração que mostra o sal, outra moeda mercadoria
ilustração que mostra o cauri, outra moeda mercadoria
  • No Brasil, entre outras, circularam o cauri – trazido pelo escravo africano –, o pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano, trocado no Maranhão, no século XVII, devido à quase inexistência de numerário, sendo comercializado sob a forma de novelos, meadas e tecidos.
Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas. ilustração que mostra o pano, outra moeda mercadoria
Metal
Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas anteriormente feitos de pedra.
Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis, braceletes etc. ilustração que mostra o metal, outra moeda mercadoria
O metal comercializado dessa forma exigia aferição de peso e avaliação de seu grau de pureza a cada troca. Mais tarde, ganhou forma definida e peso determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a imediata identificação da quantidade de metal oferecida para troca.

Moeda em Formato de Objetos
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas.
Como sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos.
A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.
ilustração que mostra o metal, em forma de objeto
ilustração que mostra o metal em forma de faca e chave como moeda É o caso das moedas faca e chave que eram encontradas no Oriente e do talento, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que circulou na Grécia e em Chipre.
Moedas Antigas
Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais: são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor.
São cunhadas na Grécia moedas de prata e, na Lídia, são utilizados pequenos lingotes ovais de uma liga de ouro e prata chamada eletro.
ilustração que mostra moedas antigas com efígies As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época. Nelas podem ser observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. É pelas impressões encontradas nas moedas que conhecemos, hoje, a efígie de personalidades que viveram há muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande, da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.
A princípio, as peças eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham seus bordos irregulares, não sendo, como hoje, peças absolutamente iguais umas às outras.
Ouro, Prata e Cobre
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego destes metais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no poder mágico destes metais e no dos objetos com eles confeccionados.
ilustração que mostra moedas em ouro e prata A cunhagem de moedas em ouro e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era trocada por mercadorias neste mesmo valor.
Durante muitos séculos os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Estes sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido.
Com o advento do papel-moeda a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, necessários para troco. Dentro desta nova função, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à moeda. Surgem, em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividade do numerário de troco.
Moeda de Papel
Na Idade Média, surgiu o costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão e dando origem à moeda de papel.
No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques.
ilustração que mostra bilhete de banco precursor das cédulas Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento.
Atualmente quase todos os países possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas.
A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção de cédulas utiliza papel especialmente preparado e diversos processos de impressão que se complementam, dando ao produto final grande margem de segurança e condições de durabilidade.

Formatos Diversos
O dinheiro variou muito, em seu aspecto físico, ao longo dos séculos.
ilustração que mostra o moeda em tamanho ínfimo As moedas já se apresentaram em tamanhos ínfimos, como o stater, que circulou em Aradus, Fenícia, atingindo também grandes dimensões como as do dáler, peça de cobre na Suécia, no século XVII.
Embora, hoje, a forma circular seja adotada em quase todo o mundo, já existiram moedas ovais, quadradas, poligonais etc. Foram, também, cunhadas em materiais não metálicos diversos, como madeira, couro e até porcelana. Moedas de porcelana circularam, neste século, na Alemanha, quando, por causa da guerra, este país enfrentava grave crise econômica.
As cédulas, geralmente, se apresentam no formato retangular e no sentido horizontal, observando-se, no entanto, grande variedade de tamanhos. Existem, ainda, cédulas quadradas e até as que têm suas inscrições no sentido vertical.
As cédulas retratam a cultura do país emissor e nelas podem-se observar motivos característicos muito interessantes como paisagens, tipos humanos, fauna e flora, monumentos de arquitetura antiga e contemporânea, líderes políticos, cenas históricas etc.
As cédulas apresentam, ainda, inscrições, geralmente na língua oficial do país, embora em muitas delas se encontre, também, as mesmas inscrições em outros idiomas. Essas inscrições, quase sempre em inglês, visam a dar à peça leitura para maior número de pessoas.

Sistema Monetário
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário. Este sistema, regulado através de legislação própria, é organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é sua unidade monetária.
Atualmente, quase todos os países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo de seu valor. ilustração que mostra moedas e cédulas atuais
  • Normalmente os valores mais altos são expressos em cédulas e os valores menores em moedas. Atualmente a tendência mundial é no sentido de se suprirem as despesas diárias com moedas. As ligas metálicas modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior à das cédulas, tornando-as mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de troco.
  • Os países, através de seus bancos centrais, controlam e garantem as emissões de dinheiro. O conjunto de moedas e cédulas em circulação, chamado meio circulante, é constantemente renovado através de processo de saneamento, que consiste na substituição das cédulas gastas e rasgadas.
  • Cheque
  • Com a supressão da conversibilidade das cédulas e moedas em metal precioso, o dinheiro cada vez mais se desmaterializa, assumindo formas abstratas.
Esse documento, pelo qual se ordena o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele citada, visa, primordialmente, à movimentação dos depósitos bancários. ilustração que mostra o cheque
O importante papel que esse meio de pagamento ocupa, hoje, na economia, deve-se às inúmeras vantagens que proporciona, agilizando a movimentação de grandes somas, impedindo o entesouramento do dinheiro em espécie e diminuindo a necessidade de troco, por ser um papel preenchido à mão, com a quantia de que se quer dispor.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, através do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.
A moeda não foi, pois, genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade e sua evolução reflete, a cada momento, a vontade do homem de adequar seu instrumento monetário à realidade de sua economia.
Imagem da cruz de Malta e escudo da coroa portuguesa
O Dinheiro no Brasil - do Descobrimento ao Reino Unido As Primeiras Moedas
  • No início do período colonial, o meio circulante brasileiro foi sendo formado de modo aleatório, com as moedas trazidas pelos colonizadores, invasores e piratas que comercializavam na costa brasileira. Assim, ao lado das moedas portuguesas, circularam também moedas das mais diversas nacionalidades, cuja equivalência era estabelecida em função do seu valor intrínseco (conteúdo metálico).
  • A partir de 1580, com a formação da União Ibérica, verificou-se uma afluência muito grande de moedas de prata espanholas (reales), provenientes do Peru, graças ao florescente comércio que se desenvolveu através do Rio da Prata. Até o final do século XVII, os reales espanhóis constituíram a parcela mais expressiva do dinheiro em circulação no Brasil.
  • As moedas portuguesas que aqui circulavam eram as mesmas da Metrópole, oriundas de diversos reinados. Cunhadas em ouro, prata e cobre, essas moedas tinham os seus valores estabelecidos em réis e possuíam às vezes denominações próprias, como Português, Cruzado, São Vicente, Tostão, Vintém. A moeda de 1 real, unidade do sistema monetário, era cunhada em cobre.
    Moedas Contramarcadas
  • A longa guerra mantida contra os espanhóis, após a restauração da independência de Portugal, custou elevadas somas à coroa portuguesa. Para conseguir os recursos necessários, D. João IV (1640-1656) e D. Afonso VI (1656-1667) recorreram a sucessivas alterações no padrão monetário, determinando reduções nos pesos das novas moedas fabricadas e procedendo a aumentos no valor das moedas em circulação. Posteriormente, durante o reinado de D. Pedro II - Rei de Portugal (1667-1706), também foram efetuados aumentos nos valores correntes das moedas.
  • Em algumas ocasiões esses aumentos foram praticados sem que fossem efetuadas alterações nas moedas; em outras, foram concretizados mediante a aposição de contramarcas (carimbos). Dessa forma, foram contramarcadas diversas moedas portuguesas de ouro e prata e reales espanhóis de prata, em circulação no reino e nas províncias.
  • Para a aplicação desses carimbos foram instaladas, nas principais capitanias do Brasil, oficinas monetárias temporárias, que funcionavam apenas durante os processos de carimbagem.
    Marcas para Evitar o Cerceio
  • A adulteração das moedas de ouro e prata, pela prática ilegal de raspagem dos bordos para retirada do metal (cerceio), assumira proporções calamitosas em Portugal e nos seus domínios, levando D. Pedro II (1667-1706) a adotar várias medidas para impedir a sua continuidade. Dentre essas medidas encontram-se a colocação de cordão (espécie de serrilha em forma de cordão) e de marca (esfera armilar coroada, aplicada junto à orla) e a cunhagem de novas orlas nas moedas de cunhos antigos.
    Moedas-Mercadorias
  • Nos dois primeiros séculos após o descobrimento, face à inexistência de uma política monetária especial para a Colônia, a quantidade de moedas em circulação era insuficiente para atender às necessidades locais. Por esse motivo, diversas mercadorias foram utilizadas como dinheiro, inclusive pelo próprio governo, sendo comuns os pagamentos realizados em açúcar, algodão, fumo, ferro, cacau e cravo, entre outros.
  • Em algumas ocasiões, o uso de mercadorias como moeda obedeceu a determinações legais. Em 1614, por exemplo, o Governador do Rio de Janeiro estabeleceu que o açúcar corresse como moeda legal, ordenando que os comerciantes o aceitassem obrigatoriamente como pagamento. No Maranhão, que constituía um estado politicamente separado do Brasil e onde a principal moeda corrente era o algodão, foi legalmente estabelecida, em 1712, a circulação do açúcar, cacau, cravo e tabaco como moeda.
  • Os escravos africanos chegados ao Brasil utilizaram em suas trocas o zimbo, concha de um molusco encontrada nas praias brasileiras e que circulava como dinheiro no Congo e em Angola.
    As Moedas Holandesas
  • Cercados pelos portugueses no litoral de Pernambuco e não dispondo de dinheiro para pagar seus soldados e fornecedores, os holandeses realizaram a primeira cunhagem de moedas em território brasileiro. Conhecidas como "moedas obsidionais" ou "moedas de cerco", estas foram também as primeiras moedas a trazerem o nome do Brasil. Face à inexistência de ferramentas e materiais adequados, bem como à urgência do trabalho, as moedas foram feitas de forma bastante rudimentar.
  • Em 1645 e 1646 foram cunhadas moedas de ouro de III, VI e XII florins e em 1654, pouco antes da partida, moedas de prata, nos valores de XII, X, XX, XXX e XXXX soldos, havendo, entretanto, polêmica quanto à autenticidade dos quatro últimos valores. A inscrição G.W.C. corresponde às iniciais de "Companhia das Índias Ocidentais", em holandês.
    As Primeiras Casas da Moeda
  • Nas duas últimas décadas do século XVII agravou-se a situação de falta de moeda no Brasil, comprometendo o funcionamento da economia e provocando drástica redução nas rendas da Coroa. Inúmeras representações, pedindo solução para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores gerais e das capitanias, representantes das câmaras e membros da igreja e da nobreza. Em 1694, finalmente, D. Pedro II (1667-1706) resolveu criar uma casa da moeda na Bahia, para a cunhagem de moeda provincial para o Brasil.
  • Todas as moedas de ouro e prata em circulação na colônia deveriam ser obrigatoriamente enviadas à Casa da Moeda, para serem transformadas em moedas provinciais. Essa medida acarretava problemas às demais capitanias, em função das dificuldades e riscos do transporte. Assim, para atender às necessidades da população, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano seguinte para Pernambuco, onde funcionou até 1702. Em 1703, por ordem de D. Pedro II, foi instalada novamente no Rio de Janeiro, não mais com a finalidade de cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro em moedas para o reino.
  • Foram cunhadas moedas de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, e de prata, nos valores de 640, 320, 160, 80, 40 e 20 réis. O conjunto de moedas de prata é conhecido como série das patacas, em função da denominação "pataca", atribuída ao valor de 320 réis.
    Moedas de Cobre Angolanas
  • Como as casas da moeda não cunharam moedas de cobre, foi autorizada a circulação no Brasil de moedas destinadas a Angola, fabricadas na cidade do Porto, nos valores de 10 e 20 réis. Essas moedas eram necessárias para as transações de pequeno valor.
    O Ouro se Transforma em Moeda
  • Na primeira metade do século XVIII, a elevada produção de ouro possibilitou o funcionamento simultâneo de três casas da moeda e a cunhagem de grande quantidade de peças, cujos valores e beleza testemunham a opulência que caracterizou o período do reinado de D. João V (1706-1750).
  • Inicialmente foram cunhadas, nas casas da moeda do Rio de Janeiro (1703) e da Bahia (1714), moedas idênticas às do Reino: moeda, meia moeda e quartinho, com valores faciais de 4.000, 2.000 e 1.000 réis . Embora com as mesmas denominações das moedas provinciais, essas peças possuíam maior peso e seu valor de circulação era 20% superior ao valor facial.
  • O estabelecimento de uma casa da moeda em Minas Gerais foi determinado em 1720, quando da proibição da circulação do ouro em pó dentro da capitania. Além de moedas iguais às cunhadas no Reino, no Rio e na Bahia, a nova casa da moeda deveria fabricar peças com valores nominais de 20.000 e 10.000 réis, as quais circulariam com os valores efetivos de 24.000 e 12.000 réis. Instalada em Vila Rica, a casa da moeda de Minas funcionou no período de 1724 a 1734.
  • Em 1722 D. João V alterou a forma e o valor das moedas de ouro portuguesas, criando a série dos escudos, com os valores de 12.800 réis (dobra de 8 escudos), 6.400 réis (dobra de 4 escudos), 3.200 réis (dobra de 2 escudos), 1.600 réis (escudo) e 800 réis (1/2 escudo). Cunhadas no Brasil a partir de 1727, essas moedas trazem no anverso a efígie do rei. Dentro dessa série foi introduzida, em 1730, a peça de 400 réis (cruzadinho).
    Moedas de Ouro de D. José I e D. Maria I
  • Nos reinados de D. José I (1750-1777) e de D. Maria I (1777-1805), continuou sendo cunhada a série dos escudos, com exceção da peça de 12.800 réis, cuja cunhagem havia sido suspensa por D. João V, em 1732. Voltaram também a ser fabricadas as moedas provinciais de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, que não eram cunhadas desde 1702.
  • Nos escudos de D. Maria, as efígies representam duas fases distintas de seu reinado. Na primeira ela aparece ao lado do marido, D. Pedro III. Após a morte deste, em 1786, é retratada sozinha, primeiro com um véu de viúva e depois com um toucado ornado com jóias e fitas.
    Moedas da Série "J"
  • Em 1750 D. José proibiu a circulação de moedas de ouro nas regiões de mineração, considerando que as transações comerciais naquelas comarcas poderiam ser realizadas com barras de ouro marcadas e ouro em pó. Para atender às necessidades do comércio miúdo na região, mandou que as casas da moeda do Rio de Janeiro e da Bahia cunhassem moedas provinciais de prata e cobre.
  • Em 1752, entretanto, atendendo à sugestão do governador da capitania de Minas, determinou que fossem cunhadas também moedas de prata com os valores de 600, 300, 150 e 75 réis, tendo em vista que os preços nas regiões das minas eram estabelecidos em termos de oitavas e de seus submúltiplos, valendo a oitava de ouro não quintado 1.200 réis.
  • Para evitar confusão com as moedas provinciais de prata de 640, 320, 160 e 80 réis, em função da proximidade dos valores, nas novas moedas o escudo com as armas de Portugal foi substituído por um "J" com uma coroa em cima.
    Moedas de Cobre no Século XVIII
  • Durante o reinado de D. João V, a Casa da Moeda de Lisboa fabricou moedas de cobre de 10 e 20 réis, especialmente destinadas ao Brasil. Moedas com esses mesmos valores foram cunhadas também pela Casa da Moeda da Bahia, que em 1729 realizou a primeira cunhagem de moedas de cobre no Brasil.
  • Em 1730 foram enviadas para Minas moedas de cobre cunhadas em Lisboa em 1722, nos valores de 20 e 40 réis, com pesos bastante reduzidos, as quais deveriam circular apenas naquela capitania.
  • No reinado de D. José I, entraram em circulação moedas provinciais de cobre nos valores de 5, 10, 20 e 40 réis, cunhadas em Lisboa e no Brasil.
  • Sob o reinado de D. Maria I, não houve cunhagem de cobre no Brasil. Todas as moedas foram fabricadas em Lisboa, mantendo inicialmente os mesmos pesos e valores do período anterior. Em 1799, entretanto, já sob a regência de D. João, as moedas de cobre tiveram seus pesos reduzidos em cerca de 50%.
    Bilhetes da Extração - Primeira Moeda-Papel
  • A partir de 1772, a extração de diamantes na região do Tejuco do Serro Frio (atual Diamantina) passou a ser feita diretamente pela Coroa Portuguesa, que para isso criou a Real Extração dos Diamantes.
  • Quando havia insuficiência de recursos para o custeio das despesas, a Administração dos Diamantes emitia bilhetes que eram resgatados quando chegavam os suprimentos em moeda remetidos pela Fazenda Real. No início esses bilhetes tinham grande credibilidade, sendo aceitos em todas as transações comerciais da região.
    Moedas para o Maranhão e Grão-Pará
  • Em 1748 D. João V determinou a cunhagem de moedas provinciais de ouro, prata e cobre para o Estado do Maranhão e Grão-Pará, no total de 80 contos de réis. Cunhadas em 1749, pela Casa da Moeda de Lisboa, essas moedas tinham as mesmas denominações e pesos das moedas provinciais brasileiras.
  • Segundo depoimentos da época, a introdução dessa moeda provocou grande confusão no Estado, uma vez que os preços dos salários e de todos os produtos estavam fixados em termos de algodão e especiarias
    Barras de Ouro e Certificados
  • Com o objetivo de garantir a cobrança do imposto do quinto, foram estabelecidas casas de fundição nas principais regiões auríferas do país, para as quais deveria ser levado todo o ouro extraído.
  • Depois de deduzida a quinta parte, o ouro era fundido e transformado em barras, nas quais eram registrados o ano, a marca oficial da casa de fundição, o número de ordem, o título e o peso do ouro. Assim legalizado, o ouro era devolvido a seu proprietário, acompanhado de um certificado.
  • Essas barras tiveram ampla circulação no Brasil, desempenhando a função de moeda, particularmente nas capitanias do interior.
    A Moeda de 960 Réis
  • O declínio da produção de ouro no Brasil levou D. João a proibir, em 1808, a circulação do ouro em pó, com o objetivo de impedir seu desvio, que acarretava grandes prejuízos à Coroa. Todo o ouro em pó deveria ser levado às casas de fundição; as parcelas de peso equivalente ou superior a 1 onça (28,6875 g) seriam fundidas em barras e as de peso inferior, resgatadas em moedas.
  • Para suprir o meio circulante das regiões de mineração, foi autorizada a circulação de moedas de ouro, que estava proibida desde 1750, e a nacionalização de moedas hispano-americanas de prata.
  • Os pesos espanhóis (8 reales), que valiam entre 750 e 800 réis, receberam carimbo de 960 réis, inicialmente na capitania de Minas Gerais (1808) e mais tarde na do Mato Grosso (1818).
  • Em 1809 foi criada a moeda provincial de 960 réis, cuja cunhagem teve início em 1810.
    Carimbos de Escudete
  • Para uniformizar o meio circulante brasileiro, onde moedas do mesmo metal e do mesmo peso tinham valores diferentes, D. João determinou, em 1809, a aposição de carimbo em forma de escudete nas moedas da série "J", para equipará-las às da série das "patacas", e nas moedas de cobre cunhadas antes de 1799, para duplicar seus valores.
    D. João, Príncipe Regente e Rei
  • Embora D. João tenha assumido a regência em 1799, durante alguns anos as moedas continuaram sendo cunhadas com o nome de D. Maria I. As primeiras moedas de ouro cunhadas com a legenda "João Príncipe Regente" foram produzidas em 1805, antes de sua chegada ao Brasil.
  • A elevação do Brasil à condição de Reino Unido foi registrada nas peças em ouro, prata em cobre cunhadas em 1816, com a legenda "João, por Graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves".
  • Com a aclamação de D. João como D. João VI, em 1818, as moedas passaram a ter as armas do Reino Unido e a legenda "João VI, por Graça de Deus, Rei de Portugal, Brasil e Algarves".
    Troco do Ouro em Pó
  • Face à inexistência de moedas de pequeno valor que se ajustassem ao troco de pequenas quantidades de ouro em pó, D. João estabeleceu que o mesmo fosse feito também com bilhetes impressos nos valores de 1, 2, 4, 8, 12 e 16 vinténs de ouro, correspondendo cada vintém a 37 e 1/2 réis. Emitidos em grande quantidade, esses bilhetes tiveram ampla circulação na capitania de Minas, integrando o seu meio circulante. Posteriormente, em função do aparecimento de grande número de bilhetes falsificados, sua emissão foi suspensa.
  • Em 1818 foram cunhadas moedas de cobre nos valores de 75 réis e 37 e 1/2 réis, para a realização do troco do ouro em pó.
    Notas do Banco do Brasil
  • A criação do Banco do Brasil, por meio de Alvará de 12 de outubro de 1808, teve por principal objetivo dotar a Coroa de um instrumento para levantamento dos recursos necessários à manutenção da corte.
  • De acordo com seus estatutos, o banco deveria emitir bilhetes pagáveis ao portador, com valores a partir de 30 mil réis. As emissões do Banco tiveram início em 1810 e a partir de 1813 foram emitidos bilhetes com valores abaixo do limite mínimo inicialmente estabelecido.
  • Entre 1813 e 1820, as emissões atingiram 8.566 contos de réis, em grande parte determinadas pelo fornecimento de moeda-papel para fazer face às crescentes despesas da corte e da administração régia, que anualmente excediam a receita arrecadada. A partir de 1817, os bilhetes do Banco começaram a perder a credibilidade, sofrendo grande desvalorização.
  • Em abril de 1821, antes de regressar a Portugal, o rei e toda a sua corte resgataram todas as notas em seu poder, trocando-as por moedas, metais e jóias depositados no Banco, obrigando a instituição a suspender, a partir de julho, a conversibilidade dos bilhetes.


    REFERÊNCIA :
    http://www.bcb.gov.br/?HISTDIN

Relação de Trabalho no Brasil Império (1822-1889)


Introdução

Na apresentação do trabalho anterior, vimos como a mão de obra predominante na época do Brasil colônia era extremamente explorada, levando os indivíduos aos limites da força de seus corpos, através de trabalhos extenuantes e incessantes, chegando ao ponto de muitos sucumbirem e ficarem pelo caminho dizimado pelas mazelas que lhes eram impostas. A mão de obra predominante na época era a escrava, sendo inicialmente explorados os índios, porém como eram de uma raça dotada de poucas aptidões e força física para determinadas atividades, os colonos precisaram de uma força de trabalho mais resistente, encontrando essa mão de obra disponível nos escravos africanos. A predominância desse tipo de mão de obra prosseguiu em crescente exploração, sendo essa a força que alavancava a economia no período. Daremos seqüência nos estudos das análises econômicas do Brasil, tomando como base de estudo, o período determinado Brasil Império, especificando fatos, datas importantes nesta época com o intuito de esclarecer de que forma a economia aqui se desenvolveu, tomando como base a mão de obra predominante no período, e de que forma a mesma contribuiu para o desenvolvimento econômico do país. 



Relação de Trabalho no Brasil Império
(1822-1889)

Após o dia 7 de setembro de 1822, data da proclamação da república inicia-se a fase do Brasil império. O governo de D. Pedro I, classificado como um governo autoritário e impositor, através da constituição moderadora, inibiram todo e qualquer tipo de manifestação popular aos governantes. D. Pedro I, detentor desse perfil, se viu às voltas com a insatisfação da população, com alto indicie de rejeição, se viu obrigado a abdicar o trono. Foram vários os fatores que contribuíram para que D. Pedro I abdicasse ao trono, dentre eles o fato do imperador ter o caráter autoritário, tornando o seu governo absolutista, sendo este marcado por conflitos, arbitrariedades e sangue. Diante de tanto problemas, no ano de 1831 D. Pedro I, se viu obrigado a abdicar o trono, passando - o para o seu filho D. Pedro II.

O período de 1831 a 1840 foi um período de grandes conflitos para a nossa missão com muitos conflitos e intranqüilidade nas províncias. Esta fase se caracterizou no período no primeiro reinado, que exigiu a elaboração de uma nova legislação e uma nova política econômica, sendo um momento importantíssimo para o nacionalismo, pois deixou de se mostrar como principal motivo de independência para mostrar seu verdadeiro interesse, que era conservar a liberdade econômica e administrativa da elite, que eram os comerciantes, grandes senhores de terra, advogados e membros do clero. Esses grupos que apoiavam a independência exigiram uma nova constituição para o país, mas não havia um consenso entre essas elites: os liberais queriam que o poder do monarca fosse dividido com a Assembléia, para que ele não governasse sozinho; os conservadores defendiam o por absoluto do monarca, e que a Assembléia deveria aceitar todas as suas decisões; os republicanos, por sua vez, queriam o fim da monarquia e a proclamação da republica, porém o seu poder político era minoritário.
Um conflito entre brasileiros e portugueses foi crucial para que D. Pedro I fechasse a Assembléia e vários liberais fossem presos, porque os liberais e conservadores passaram a utilizar a imprensa para divulgação de suas idéias. Mas, para dá continuidade a elaboração da nova constituição, D. Pedro I criou um conselho com pessoas que o apoiavam, sendo-a outorgada em 25 de março de 1824, passando a dá a D. Pedro I plenos poderes para controlar o poder legislativo e judiciário, gerando uma grande revolta nas províncias, formando a partir daí a Confederação do Equador, que tinha como principal objetivo a Proclamação da República, contudo essa confederação não resistiu aos ataques das tropas mandadas por D. Pedro I, e seus líderes foram condenados à morte. Dentre tantos conflitos entre as províncias, em 07 de abril de 1831 D. Pedro I resolveu renunciar o trono, finalizando assim o Primeiro Reinado. Com o renuncia de D. Pedro I, os liberais resolveram apoiar a coroação de D. Pedro II antes da maioridade, criando em 1838 o Clube da Maioridade, que resultou em 1840 a coroação de D. Pedro II com apenas 15 anos de idade, dando inicio, a partir daí, o Segundo Reinado, que compreende o período entre 1840 a 1899 e determinado Segundo Império, caracterizado por fatos de grande importância, como as novas eleições que foram marcadas por grande violência, porque os eleitores eram coagidos a votarem nos candidatos sob pauladas (conhecida como Eleições do Cacete). Entre esses fatos está o processo que aconteceu de forma lenta: a abolição da escravatura em 1888, fato que foi determinado pelo fim do trafico negreiro no ano de 1850, inicialmente por causa da proibição da lei Bill Aberdeen, que proibia o trafico escravo elo Atlântico, causando grandes problemas aos escravocratas brasileiros. Nesse momento, o número de abolicionista cresceu muito, e, consequentemente, a luta pelo trabalho livre no Brasil, fazendo com que o governo elaborasse algumas leis que concedia alguns direitos aos escravos: Lei do Ventre Livre, que dava o direito de liberdade a todos os negros nascido a partir daquela data; Lei dos Sexagenários, onde os escravos maiores de 65 anos tinham sua liberdade garantida, e por fim, cedendo às pressões que vinha de todos os lados, a Lei Áurea foi assinada, concedendo liberdade a todos os escravos.

Várias mudanças ocorreram na economia brasileira: o cacau e o algodão passaram a ser cultivados em grande quantidade, a borracha e o café continuaram tendo importância na região sul do país e a abertura dos portos ao comércio das nações amigas. Falando sobre o período econômico existente na época, podemos citar a fase de crescimento expansão pela região sudeste das fazendas cafeeiras, modificando a utilização da mão de obra predominante da época: de escravos africanos para imigrantes europeus, sendo esta em sua maioria composta de austríacos, alemães e italianos.   
Apesar das mudanças que as estatísticas documentam, nem sempre foi boa a situação financeira do Império, pois mesmo tendo criado um sistema rudimentar de administração e de instalado um Banco Nacional, essas medidas não causaram o efeito esperado, que era tirar o Brasil das dificuldades financeiras. Segundo relata Celso Furtado no seu livro Formação Econômica do Brasil, a produção industrial não afetou o sistema produtivo, pois os seus efeitos foram bastante superficiais indicidindo somente os bens e serviços de consumo.
Diante dessa situação, o país viveu um grande dilema, se pôs fim à mão de obra escrava africana, porém não se pensou em uma alternativa que pudesse substituí-la. O Brasil passou por uma fase de estagnação que o único modo dele sair desse quadro era se reintegrar com o comércio internacional. Ocorreu um endividamento grande, devido a muitos empréstimos, o que gerou uma situação fiscal precária, já que existiam terras abundantes no país. Era preciso focar no produto de exportação ligado diretamente a terra, esse produto foi o café que passou a ter uma importância comercial, devido à alta dos preços. A cultura do café foi responsável pelo aumento das exportações brasileiras. O cultivo do café se concentrou em regiões montanhosas, onde existia muita mão de obra devido à desagregação da economia mineira e a proximidade do porto, facilitando o transporte através das mulas. Devido o desenvolvimento da atividade cafeeira, surgiu uma nova classe de empresário, que seriam fundamentais para o desenvolvimento do país. Essa nova classe de operários lutou por seus interesses, como aquisição de terras, recrutamento de mão de obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização nos portos, contatos oficiais, interferência na política financeira e econômica. A área política não contou com apoio, pois o governo central tinha interesses heterogêneos demais para atender a interesses locais, como era o caso do café. Então, o país conseguiu se integrar no comércio mundial através da cultura do café, levando a uma grande expansão, para isso só era preciso resolver o problema da mão de obra, que Celso Furtado classifica em quatro etapas.
·         Problema da mão de obra I:
Oferta interna potencial: existia no Brasil na metade do século XIX menos de dois milhões escravos. Teria trabalho, mas não tinha mão de obra suficiente para executá-lo. O Brasil comprou muito escravo no decorrer do século, porém ocorreram muitas mortes. E houve uma demanda maior de escravos na região no sul, onde existiam as plantações de café. Com a redução da mão de obra escrava ocorreu à elevação dos preços do café. Existia uma expansão do setor de setor de subsistência, em contra partida não havia oferta de mão de obra fora do suporte. Existia subsistência (roça), somente com o objetivo de produzir para o consumo, como também existiu a ligação com o setor pecuário (unidade maior mista), onde tem uma variação de faixa monetária que se paga (de região para região anualmente). O aspecto social mostrou que o proprietário como chefe das terras foi mais relevante, pois a este interessava a ter maior número de pessoas vivendo em suas terras, assim poderia dispor da mão de obra que necessitasse. E o roceiro da economia de subsistência mantinha vínculo de fidelidade. A economia era bastante dispersa, fazendo com que o recrutamento de mão de obra fosse uma tarefa difícil que exigisse muitos recursos. Existia muita mão de obra com baixa produtividade, não só no sistema de subsistência, como também na zona urbana, que tinha dificuldade em se ocupar definitivamente por não se adaptar ao trabalho agrícola e as condições de vidas nas grandes fazendas.
Diante do problema da oferta da mão de obra no Brasil, cogitou-se em importar mão de obra asiática no regime de semi- servidão.
·         Problema da mão de obra II:
Imigração Européia: devido ao problema da mão de obra foi sugerido trazer imigrantes europeus, para tentar resolver a situação, o que não aconteceu. Mais era preciso aumentar a oferta de força de trabalho disponível para a grande lavoura, o cenário se fundamentava em torno disso.
E os imigrantes europeus trazidos para trabalhar nas colônias, não contribuíram em nada para mudar a inadequada mão de obra. E essas colônias criadas pelo governo imperial, necessitavam totalmente de fundamento econômico. E essa colonização é amplamente subsidiada, pagavam-se transporte e gastos de instalação e eram promovidas obras públicas artificiais para dar trabalho aos colonos. A vida econômica das colônias era bastante precária, pois não havia mercado excedente de produção, o setor monetário estava atrofiado, a divisão do trabalho evoluíam e a colônia regredia para uma economia de subsistência.
Os colonos levavam uma vida desumana, que talvez fosse devido a leis inadequadas do país, e isso fez com que a Europa se movimentasse contra a imigração para o império escravista. Para que as colônias se tornassem atrativas correntes espontâneas de povoamento, era preciso desenvolver atividades produtivas rentáveis.
Diante de um governo imperial que não solucionava o problema da mão de obra da grande lavoura, os dirigentes do café começaram a se preocupar com o problema.
No Brasil o governo cobria somente as passagens do imigrante. Sendo assim o estado financiava a operação e o colono hipotecava o seu futuro e o de sua família, o fazendeiro ficava com todas as vantagens. O regime era tão cruel que o colono era submetido a não abandonar a fazenda, antes de pagar toda a dívida. A partir da década de 60, a oferta da mão de obra tornou-se bastante séria, devido ao aumento do preço do café e o aumento do algodão com a Guerra da Sucessão, nos EUA que gerou uma diminuição no tráfico de escravos para o sul. Então, precisava de medidas amplas, em primeiro lugar verificando o sistema de pagamento do colono. No início o sistema era de parceria, que sobrecarregava o colono com as perdas que pudessem acontecer na colheita. Depois dos anos 60 o regime passou a ser misto e o colono tinha garantias da parte principal de sua renda. Sendo assim, o colono recebia um salário monetário anual por cuidar de determinados pés de café e uma variável em função do volume da colheita. Depois era necessário decidir quem pagaria pela passagem do colono. Só em 1870 o governo imperial se encarregou dos gastos com o transporte dos imigrantes, que vieram trabalhar na lavoura do café. E os fazendeiros cuidavam dos gastos referentes ao primeiro ano de permanência do imigrante, como também deveria disponibilizar terras para que cultivassem os gêneros de primeira necessidade, para manter a família. Com isso ocorreu um volume grande de imigração européia pela primeira vez na América.
No mesmo momento em que no Brasil a situação era positiva, ocorria na Itália à unificação política, gerando conseqüências econômicas, e tudo isso levou a uma pressão sobre o excedente de população agrícola, que causou uma intranqüilidade na sociedade. A solução foi resolver através da migração, com isso ocorreu uma corrente imigratória, que possibilitou a expansão da produção de café no Estado de São Paulo.
·         O problema da mão de obra III

Transumância amazônica: O sentido da palavra que ora aqui referimos é o deslocamento humano em busca de novas oportunidades de vida, de um novo trabalho de novas     significações pessoais. Com essa enorme corrente migratória de origem européia para a região cafeeira, o Brasil conheceu no final do século XIX outro grande movimento de população: da região nordestina do para a Amazônia. A economia amazônica entrou em decadência desde os fins do século XVIII. Existia um potencial muito grande para aumentar a extração na região, mas a falta de mão de obra, exatamente como no café, se tornou um grande empecilho para o aumento da produtividade. O aumento da produtividade inicial sem a melhora das técnicas de extração indica a expansão da mão de obra no local. O algodão e o arroz também tiveram sua etapa de prosperidade, sem, contudo jamais alcançar cifras de significação para o conjunto do país. Desses produtos extrativos o cacau continuava a ser o mais importante. Mesmo sem registros oficiais e estatísticos importantes ficou verificado que esta mão de obra se originou do nordeste. A situação da mão de obra nordestina na borracha era muito diferente da mão de obra européia no café. O nordestino já chegava endividado, comprava o produto para sua subsistência das mãos de seus empregadores, vivia no isolamento e em condições insalubres, se reproduzia pouco e morria cedo. O aproveitamento dos demais produtos da floresta deparava-se sempre com o mesmo obstáculo: a quase inexistência de população e a dificuldade de organizar a produção com base no escasso elemento indígena local. Mais uma vez o Brasil dava privilégios ao produto, neste caso mão de obra, estrangeiros do que ao nacional. A borracha estava destinada, nos fins do século XIX e começo do XX, a transformar-se na matéria-prima de procura em mais rápida expansão no mercado mundial. A indústria de veículos terrestres a motor de combustão interna será o principal fator dinâmico das economias industrializadas, durante um largo período que compreende o último decênio do século passado e os três primeiros do século XX. Sendo a borracha um produto "extrativo" e estando o estoque de árvores então existente concentrado na bacia amazônica, o problema de como aumentar sua produção para atender a uma procura mundial crescente se afigurava extremamente difícil. Impunha-se, evidentemente, uma solução em longo prazo, porquanto era óbvio que a possibilidade de aumentar a produção de borracha extrativa na Amazônia não era muito grande. No caso do café, a expansão da produção de borracha na Amazônia era uma questão de suprimento de mão-de-obra. A população do Nordeste, conforme já indicamos, estava ocupada, desde o primeiro século da colonização, em dois sistemas econômicos: o açucareiro e o pecuário. A decadência da economia açucareira, a partir da segunda metade do século XVII, determinou a transformação progressiva do sistema pecuário em economia de subsistência. Nesse tipo de economia, a população tende a crescer em função da disponibilidade de alimentos, a qual depende diretamente da disponibilidade de terras. Na região nordestina uma expansão vegetativa desse estilo se realizava desde o século XVII. Em algumas sub-regiões, na segunda metade do século xix, os sintomas de pressão demográfica sobre a terra tornaram-se mais ou menos evidentes. O desenvolvimento da cultura algodoeira, nos primeiros decênios do século, havia permitido uma diversificação da atividade econômica, o que contribuíra para intensificar o crescimento da população. A situação do nordestino na Amazônia era bem diversa: começava sempre a trabalhar endividado, obrigando-os a reembolsar os gastos com a totalidade ou parte da viagem, com os instrumentos de trabalho e outras despesas de instalação. Para alimentar-se dependia do suprimento que, em regime de estrito monopólio, realizava o mesmo empresário com o qual estava endividado e que lhe comprava o produto. As grandes distâncias e a precariedade de sua situação financeira reduziam-no a um regime de servidão. Entre as longas caminhadas na floresta e a solidão das cabanas rudimentares onde habitava, esgotava-se sua vida, num isolamento que talvez nenhum outro sistema econômico haja imposto ao homem. Demais, os perigos da floresta e a insalubridade do meio encurtavam sua vida de trabalho.
·         O Problema da mão-de-obra IV
Eliminação do trabalho escravo: A escravidão no Brasil foi à base de um sistema de vida estabelecido, transformando esse sistema econômico escravista uma estabilidade estrutural, e para aqueles que adotavam esse sistema, a abolição dos escravos se tornaria um grande desastre. Para eles o escravo era a riqueza, e com a abolição acarretaria o empobrecimento da população que era a responsável pela riqueza do país. Estavam atordoados em saber a riqueza imensa que iriam perder. Mas, jamais pensaram que a riqueza toda foi graças à mão-de-obra gratuita que eles sempre tiveram a mão. E isso sim, era uma calamidade, se enriquecerem através de outros coitados. Mas, para outros, admitiam que a abolição fosse uma forma deles não precisarem usar uma boa parte de seu capital em compras de escravos. A abolição da escravatura modificaria as formas de ordenamento da produção, transformando os escravos em assalariados. Caso esses escravos abandonassem as antigas plantações e a dedicassem à agricultura de sua subsistência, as modificações na organização da produção seriam enormes, pois os empresários teriam que oferecer um salário muito alto para conseguirem mão-de-obra. Portanto, isso para eles não poderia nem de longe acontecer. No Brasil, os escravos libertados que abandonavam os engenhos tiveram muitas dificuldades para sobreviver. Nas regiões urbanas já havia um excesso de população que já constituía um problema social desde o começo do século. E para o interior a economia de subsistência se expandira a grande distância. Com esses fatores limitavam a massa de escravos liberados. Com isso, o salário destes se tornava baixos. Portanto, é difícil admitir que nada havia modificado com a abolição, eles continuavam a viverem mal. Na região cafeeira as conseqüências da abolição foram diversas. Os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e em pequena parte em São Paulo se havia formado uma agricultura cafeeira importante à base de escravo. A possibilidade da utilização das terras a maior distância com a introdução da estrada de ferro havia colocado essa agricultura em situação desfavorável já na época anterior à abolição. Portanto, ocorreu a migração de mão-de-obra em direção as regiões de rápida expansão, as quais podiam pagar salário mais alto. Foi nessa época que houve a migração européia para São Paulo. É claro dizer que os europeus tinham mais vantagens em relação aos ex-escravos. E não havendo um incentivo aos ex-escravos e com uma abundância de terras, tornava ao ex-escravo refugiar-se na economia de subsistência. Portanto, as oportunidades de trabalho, que tinha na região cafeeira, trouxeram uma situação favorável ao ex-escravo um salário elevado. E isto indica que nessa região, a abolição provocou uma redistribuição da renda em favor da mão-de-obra. Com tudo isso, pode-se salientar que para o escravo bastava a sua sobrevivência, e com apenas três dias de trabalho já bastava a eles, com isso foi observado um afrouxamento nas normas de trabalho, pois para eles o que importava era o ócio do que seguir trabalhando quando já tinha o suficiente para viver. Cabe tão somente lembra que o reduzido desenvolvimento mental da população submetida à escravidão provocara a segregação parcial desta após a abolição, retardando sua assimilação e entorpecendo o desenvolvimento econômico do país. A abolição foi, na realidade, resultado da antiga política britânica de pressionar o Governo brasileiro para encerrar o comércio de escravos. A luta contra esse comércio ocorreu em função dos planos de expansão das produções nas colônias britânicas (açúcar), favorecendo, portanto, o crescimento do capitalismo industrial britânico. Convém notar que, ao final do século XIX, a escravidão no Brasil declinou sob pressão dos trabalhadores imigrantes, cujos salários custavam menos que manter escravos. Entretanto, a "Lei Áurea" desencadeou uma reação entre os donos de escravos, que rapidamente erodiu as bases políticas da Monarquia. Após alguns meses de crise no Parlamento, o Imperador foi deposto no dia 15 de novembro de 1889, por um movimento militar que proclamou o fim da Monarquia e o estabelecimento da República. Portanto a abolição foi uma medida política do que econômica. 
A economia brasileira parece haver alcançado uma taxa relativamente alta de crescimento na segunda metade do século xix. Sendo o comércio exterior o setor dinâmico do sistema, é no seu comportamento que está à chave do processo de crescimento nessa etapa. Esse aumento do volume físico da exportação foi acompanhado de uma elevação nos preços médios dos produtos exportados de aproximadamente 46 por cento. Por outro lado, observa-se uma redução de cerca de oito por cento no índice de preços dos produtos importados, sendo, portanto, de58 por cento a melhora na relação de preços do intercâmbio externo. Dessa forma o setor mais dinâmico da economia quintuplicou no período considerado. Não obstante o índice de preços das exportações havia aumentado 46 por cento, os preços do algodão se elevaram apenas 32 por cento e os do açúcar declinaram 11 por cento. A renda real gerada por esses dois produtos, tomados conjuntamente, aumentou somente 54 por cento no período considerado. Sendo o açúcar e o algodão os dois únicos artigos de significação na exportação nordestina, 28 por cento depreendem-se claramente que o desenvolvimento da segunda metade do século X não se estendeu a todo o território do país. Para fins de análise do comportamento da renda real, no período que estamos considerando, convém dividir a economia brasileira em três setores principais. O primeiro, constituído pela economia do açúcar e do algodão e pela vasta zona de economia de subsistência a ela ligada, se bem que por vínculos cada vez mais débeis. O segundo, formado pela economia principalmente de subsistência do sul do país. O terceiro, tendo como centro a economia cafeeira. Para fins de verificação do comportamento da renda real, no período que estamos considerando, convém dividir a economia brasileira em três setores principais. O primeiro, constituído pela economia do açúcar e do algodão e pela vasta zona de economia de subsistência a ela ligada, se bem que por vínculos cada vez mais débeis. O segundo, formado pela economia principalmente de subsistência do sul do país. O terceiro, tendo como centro a economia cafeeira. O primeiro desses sistemas está formado pela faixa que se estende desde o Estado do Maranhão até Sergipe. Exclui-se a Bahia pelo fato deque sua economia foi profundamente modificada durante essa etapa pelo advento do cacau. Tem-se em conta que na região nordestina existiam dois sistemas, o litorâneo principalmente exportador e o mediterrâneo de substâncias. O segundo sistema estava formado pela economia principalmente de subsistência, que se beneficiou indiretamente com o crescimento das exportações. Encontrando um mercado dentro do país capaz de absorver seus excedentes de produção, alguns setores da economia de subsistência puderam expandir a faixa monetária de suas atividades produtivas. Os colonos que se encontravam mais no interior puderam dividir seu tempo entre a agricultura de subsistência e a extração de folhas de erva-mate, aumentando substancialmente sua renda. Os colonos mais próximos do litoral se beneficiaram da expansão do mercado urbano, expansão essa que tinha seu impulso primário no desenvolvimento das exportações. A região das colônias se beneficiou da expansão do mercado interno, seja diretamente, colocando alguns produtos de qualidade, como o vinho e a banha do porco sejam indiretamente, através da expansão urbana do estado, possibilitada pelo aumento de produtividade no setor pecuário. O contraste entre a região de economia principalmente de subsistência, do sul do país, e a região nordestina transparece claramente nos dados demográficos. O Terceiro sistema estava constituído pela região produtora de café. Essa região compreendia então os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais è São Paulo. A população desses quatro estados, considerados conjuntamente, aumentou com uma taxa de 2,2 por cento, entre 1872 e 1900. A população dos dois estados - antigos produtores (Rio de Janeiro e Minas Gerais) - se expande com relativa lentidão (taxa de 1,6 por cento); por outro lado, a região que se integra na produção cafeeira no (Espírito Santo e São Paulo) apresenta a taxa extraordinariamente elevada de 3,6por cento. Esses dados põem em evidência que o desenvolvimento da região cafeeira se realizou, durante essa etapa, com transferência de mão-de-obra das regiões de mais baixa produtividade - e certamente do setor de subsistência dessa região - para outras de mais alta produtividade. A transferência de mão-de-obra do setor de subsistência para o cafeeiro significava que a importância relativa deste estava aumentando. Tendo em conta a ação desses distintos fatores, pode-se admitir como provável que a renda real per capita do conjunto da região não estaria crescendo com ritmo inferior ao do setor exportador.
No final do século XIX, houve um aumento da importância do setor assalariado. Percebe-se que esse novo modelo econômico é bastante diferente do modelo de subsistência, pois os assalariados gastavam toda sua renda com roupas, alimentação e outras necessidades, por sua vez os proprietários dos cafezais guardava sua renda para o acumulo do capital.
Em conseqüência do aumento do comércio exterior da economia assalariada, a utilização dos fatores existente melhorou, pois o aumento da produtividade influenciou o mercado interno. O crescimento externo apresentou o aumento de preço das mercadorias exportada trazendo lucro para seus proprietários que utilizavam essa renda para aumenta suas plantações.
O deslocamento da mão de obra e a imigração foram independentes dos altos salários que esses setores ofereciam, contudo a economia cafeeira manteve o equilíbrio entre os salários pagos. Pra que o sistema econômico assalariado fosse efetivado com êxito, vários problemas surgiram, como a não adaptação do padrão-ouro,que se baseava na idéia de que se um país importava mais que exportava,deveria exportar ouro para reduzir o meio circular. Assim estimularia a exportação e desestimularia a importação,até  que o desequilíbrio na balança de pagamentos fosse corrigida.
Durante o século XIX, não ouve mudança na teoria monetária fora do mecanismo do padrão-metálico, com isso o Brasil ficou preso por causa de vários preconceitos doutrinários da teoria monetária.
Para aumentar a produtividade da mão de obra e da terra era necessário que os empresários aplicassem capitais para o aperfeiçoamento do cultivo, mas como eles estavam interessados no aumento da produção e, conseqüentemente, seu lucro. Os empresários só aplicavam na expansão das plantações, e nada no incentivo para melhorar o cultivo. A destruição dos solos, na visão social, era algo inadmissível, já na visão dos empresários privados, que pretendiam recolher o máximo de lucros, era algo normal.
Mesmo o café trazendo condições econômicas favoráveis e lucros abundantes em determinado período do ano, os empresários não viam nenhum estímulo para investir em capital humano e capital físico, por isso quando as terras não apresentavam rendimentos suficientes, eram abandonadas pelos empresários e o capital que eram utilizados nelas era transferidos para uma nova terra que lhes dariam maiores rendimentos.

“(...) produto que permitiria ao país reintegrar-se nas correntes em expansão do comércio mundial; concluída sua etapa de gestação, a economia cafeeira encontrava-se em condições de auto-financiar sua extraordinária expansão subseqüente, estavam formados os quadros da nova classe dirigente que lideraria a grande expansão cafeeira” (FURTADO, 2007, p. 172).

A flutuação dos preços do café era de acordo com a contração e a expansão da margem de exportação do mesmo, que sofria influência da crise, da necessidade dos compradores e da própria natureza externa, que resultava em um déficit no balanço de pagamentos, onde esse desequilíbrio poderia ser resolvido por meio das atividades econômicas advindas das exportações. A correção do desequilíbrio por meio da taxa cambial era necessário reduzir os preços do café exportado, que baixava bruscamente o poder aquisitivo externo da moeda nacional, que gerava o encarecimento dos produtos importados, reduzindo a sua procura dentro do país. Posteriormente, passou a ser cobrado uma tava cambial fixa nos impostos sobre as importações.


Conclusão

O Brasil na época do império viveu períodos de intensa disputa pelo poder entre os aristocratas, através de medidas tomadas pelos partidos, que visavam seus interesses econômicos e sociais, que eram embasados na manutenção de seus patrimônios, propriedade privada e crescimento econômico. O regime imperial em seus últimos tempos demonstrou uma fragilidade extrema, devido a fatos importantes que influenciaram esta situação que foram questões religiosas, militares, sociais, ou seja, a luta pela abolição. A condenação de religiosos, a intensa discriminação aos negros dentre outros, acendeu o estopim que culminou em uma época de crises que levando o regime à debilidade. O descompasso do regime imperial em relação às exigências de autonomia dos cafeicultores, com necessidade de expandir seus negócios internamente, provocou conflitos em toda a sociedade, pois o regime estava barrando o crescimento econômico da nação. Como o café estava prosperando e a economia estabilizada por este fato, o poder imperial criou a falsa ilusão de que o Brasil se tornava mais próspero. Foi criada a idéia de um imperador que não interferia na economia, mas o que acontecia era que o imperador nomeava os presidentes de Províncias e senadores. Foi formado então o partido republicano, com a ideologia de descentralização do poder, e mesmo não sendo eles que derrubaram a monarquia, as suas ideologias mudaram os perfis políticos e administrativos que lavaram ao novo sistema de governo na época.













Bibliografia
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil.32° edição;São Paulo,2003.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 34ª. Edição; São Paulo: Cia. Das Letras, 2007.
VILAÇA, MARIA JOSÉ. A Formação de Trabalho no Brasil.São Paulo,1967.
PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil; São Paulo: Brasiliense, 2006.