sexta-feira, 14 de maio de 2010

4 .ASPECTOS ECONÔMICOS DA CRISE MUNDIAL

“Até o fim de julho de 2007, a economia mundial atravessava um dos períodos de maior prosperidade dos últimos trinta anos: as empresas nunca lucraram tanto, a China crescia a 10% ao ano, o Brasil exportava matéria-prima em volumes e preços recordes. Em total contraponto a esse ambiente saudável, as bolsas de valores e as moedas de todo o planeta foram abaladas por um terremoto: A Crise Econômica Mundial.”

A crise econômica provocou diversos prejuízos na economia global especialmente na maior potência mundial: os Estados Unidos da América. A crise provocou no país a quebra de diversas instituições financeiras como bancos, organizações, desde as menores às maiores corporações. A crise em todos os setores provocou um efeito tipo dominó em que foram afetadas todas as camadas da sociedade provocando inúmeros prejuízos financeiros, fazendo que essas instituições fechassem as suas portas decretando falência e desempregando inúmeros trabalhadores. Já se vê que a crise que se iniciou nos EUA se propagou para o mundo inteiro pois as suas conseqüências já se mostram pelo mundo afora. Os reflexos dessa crise se mostram em todos os lugares pois a maioria dos produtos industrializados, que são provenientes dessa parte do mundo se mostraram em estado de escassez e aumento desenfreado de preço. O governo norte americano que a nós se mostrava solidamente constituído em sua economia globalizada viu suas estruturas ruírem em muito pouco tempo e se viu sem medidas de emergências para sanar o caos que se instalou no país a curto prazo. O que se viu foi um pais afundado em dívidas e um governo totalmente despreparado para tomar as devidas providências para salvar-lo da bancarrota. Ainda hoje o governo Obama luta para tirar o país dessa situação, pois a maior parte da riqueza interna foi gasta em armamento bélico visando precaver-se de uma guerra que nem tem sinal de acontecer, pelo menos não na atualidade, e se vendo de mãos amarradas pois as suas maiores chances de se reerguerem são os bancos, através de empréstimos e estes nada podem fazer pois com a crise também quebraram.

O prejuízo na Ásia. O mundo teve conhecimento da fragilidade, em que se baseavam os extraordinários crescimentos das economias dos tigres Asiáticos e do desenvolvimento do mercado de cartões na região, após a crise houve uma recessão.
Dois fatos eram normais para os países asiáticos: 1) As empresas mantinham-se passivas varias vezes superiores ao montante de capital próprio. 2) pressões empresariais em favor de uma política econômica que estimulasse altos níveis de consumo e circulação de credito pessoal. Tudo isso entrou em colapso com as desvalorizações cambiais, disparando as dividas em moedas estrangeiras e moeda local.
De repente as empresas e os consumidores se viram sufocados, sem poder pagar as dividas devido à recessão por falta de emprego. Sendo assim as instituições financeiras ficaram endividadas, ocasionando uma grande “quebradeira”.

A Crise Econômica Mundial provocou um forte impacto na Europa, deixando o seu sistema financeiro tão “quebrado” como o norte-americano.
Com as taxas de juros em baixa, sem créditos fluindo nos bancos e a taxa de desemprego aumentando, os europeus não tiveram outra saída a não ser se segurar para não cair no abismo, mas o impacto que o continente sofreu com a crise, seria praticamente impossível impedir um declínio.
Ser um bloco imperialista, em que cada um defende os seus interesses e seu próprio estado, só dificultou a Europa de se reerguer e estabilizar sua economia: países ricos usaram suas economias passadas para dá conta dos futuros endividamentos.
E os países pobres recorreriam a quem? Só restou para tais esperar por investimentos e empréstimos bancários, mas enquanto isso não acontecia, eles viviam à beira da falência com a desvalorização da moeda, sofrendo com o desemprego e sendo obrigados a exportar três quartos da sua produção para a União Européia. Muito discrepante, mas a realidade. Ricos prezando e aumento seus lucros e os pobres que trabalhando pra garantirem o sustento deles.
Relacionar a crise dos países pobres do Continente Europeu a uma verdadeira ruína, não é exagero. Países em que o euro assumia suma importância passaram a ter seu futuro considerado incerto, com altas probabilidades de falência, em decorrência, o índice de desemprego que já era grande, chegaram a ser demitidos diariamente 10 mil pessoas. Alguns governos eliminaram seguro-desemprego, alegando mais gastos e prejuízos. E os trabalhadores que ainda continuavam em seus empregos sofriam da desvalorização da mão-de-obra, salários muitos baratos e aumento da carga horária. Em resposta a tais absurdos e desrespeito ao trabalhador, houve uma rebelião que abrangeu vários países do continente, onde trabalhadores levantaram bandeiras de luta para garantirem seus direitos.

O Brasil começou a sentir diretamente os efeitos dessa crise pela redução de suas exportações e também pelas restrições de créditos, mesmo assim, em 2008 o país teve uma forte expansão: 52% de desempenho positivo.
“No Brasil, o agravamento da crise obrigou o governo a mudar o discurso da ‘blindagem’ ou do ‘deslocamento’ da economia brasileira em relação aos EUA, levando o Banco Central do Brasil a adotar as seguintes medidas:
1- Leilões para venda de dólares com cláusula de recompra, vendas de dólares das reservas e vendas de dólares no mercado futuro;
2- Reduções sucessivas dos depósitos compulsórios;
3- Edição de uma medida provisória que possibilita ao bando do Brasil e à Caixa Econômica Federal comprarem instituições financeiras privadas e tornarem-se sócios de empresas construtoras.
Por outro lado, a estratégia de elevação de taxa de juros de capitais, a elevação da taxa de juros também é utilizada com o objetivo de tentar impedir a fuga de capitais nos momentos de crise.”


Ou seja, o Brasil utilizou métodos e técnicas que ajudaram à economia do país crescer, enquanto a do resto do mundo entrava em declínio. Juros altos desestimulam os empréstimos que fazem a economia andar.
“A segunda porta de entrada da crise é o comércio internacional, o que inevitavelmente ocorrerá em razão da recessão, [...] que já vinha se deteriorando antes da crise, em razão da valorização do real e do salto no montante das remessas de lucros e dividendos das multinacionais, se fará sentir através da queda da demanda e dos preços internacionais das commodities.”


O comércio internacional, que ante da crise estava super valorizado, depois da crise passou por baixa demanda dos produtos. ‘Tacada de sorte’ do Brasil é poder pensar em ‘tirar de letra’ a crise graças aos recordes na exportação de etanol e biodiesel, que têm por destino principal os EUA.
“Um fator alardeado foi à redução drástica das dívidas denominadas em dólares. Mas isto oculta a natureza real do processo econômico, embutida na valorização monetária propiciada pela ‘estabilização’. A dívida externa foi ‘zerada’, a partir do fato de que as reservas internacionais do país - o total de moeda estrangeira conversível, aceita no mercado internacional - superaram o montante da dívida externa, pública e privada, o que criou a ilusão da superação da dependência financeira externa.”


Desse modo, tanto na área financeira como na comercial, a economia brasileira voltará a se manifestar, influenciando na inflação e na dívida pública, o que impossibilita na capacidade de crescimento a partir do mercado interno. As divulgações de estatísticas sobre o desempenho passado da economia ainda não é o suficiente para solucionar o problema.
Durante as outras crises – México (94), da Ásia (97), e da Rússia (98) e no início de 1999 a desvalorizando a moeda – essa foi a única na qual o Brasil tinha dinheiro em reserva que podem ser injetados no mercado para conter a fuga de capitais, segundo o Banco Central.
E quanto às ondas de desemprego, o percentual referente a essa crise é menos do que as demais, mas o nível não deixa de ser elevado.
“A queda do emprego no primeiro trimestre de 2009 atingiu um milhão de vagas, calculando-se uma perda total de até quatro milhões até o final de 2009.”


É bem evidente que estamos vivendo uma era de turbulências no mundo e isso se reflete na economia.
Há milhões de pessoas desempregadas que contrastam em um cenário de uma sociedade que vive em meio aos corruptos se deleitando com o dinheiro público. É triste perceber que há filas de desempregados e sem perspectiva de oportunidade, e quem está empregado hoje, corre o risco de não está mais amanhã. Paralelamente a todos os outros países que sofreram o impacto da crise, o Brasil foi o único que teve prejuízos menores e conseguiu manter o seu padrão em meio à crise.
É certo que não é só o nosso país que vive crise ou que tem distúrbios orçamentários, mas agora com a auto-suficiência do Petróleo Brasileiro, só se fala em esperanças e muitas promessas de empregos.

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